UTOPIA ANTITÉTICA
UMA REINTERPRETAÇÃO DO BAIRRO De LORDELO

por ANA MARGARIDA ANTUNEs, HUGO OLIVEIRA, JOÃO SANTOS e MIGUEL CARVALHO


Desde o princípio da Humanidade que a arquitetura esteve presente, a partir da cabana primitiva, construções Egípcias, templos gregos, arco e o teatro Romano, palácios e igrejas renascentistas criticadas pelo Barroco que se seguiria, o Neoclassicismo do séc. XIX, até à arquitetura mais paradigmática, a tão influenciada pelo Movimento Moderno.Aldo Rossi diz que a arquitetura não é pensada sem o contexto da cidade, bem como o desenho da cidade não é pensado sem arquitetura. A cidade é uma obra coletiva construída ao longo do tempo, uma acumulação de camadas, culturas e saberes, traduzida em edifícios de variadíssimas características, distinguindo-se entre eles pelo período histórico em que foram construídos. Apesar do vasto leque de arquiteturas que presenciamos nas cidades dos dias de hoje, a cidade é composta maioritariamente por habitações e pelos chamados edifícios de exceção, os hospitais, as escolas, os museus, entre outros. Por serem edifícios de maior carácter funcional, têm necessidade de assumir linguagens e proporções distintas do resto dos edifícios residenciais.Assim sendo, a nossa intenção parte da vontade de inverter a con guração e a hierarquia da cidade. Partindo de imagens de um mero conjunto de blocos de habitação social, e imaginar diversos cenários que têm como base a presença de arquiteturas de caráter excecional, lado a lado com aquilo a que chamamos uma construção convencional, o bairro de Lordelo, no Porto. Pretendemos provocar, através de cada fotomontagem individualmente, a imagem de uma cidade caracterizada pelos edifícios acrescentados, em que o edifício de exceção seria, neste caso, o bloco de habitação previamente fotografado.