Selva urbana
por Daniel Carvalho, Lara Hass e Mercês Oliveira
“For me, making a photograph is mostly an intellectual process of understanding people or cities and their historical and phenomenological connections. At that point the photo is almost made, and all that remains is the mechanical process.” [Thomas Struth]
Tendo como objecto de estudo o Jardim Botânico do Porto, criamos uma narrativa que pretende ser um outro olhar sobre a cidade, e provocar o observador fazendo‐o questionar: o que é a cidade? Terá um lado selvagem? Como principal inspiração, e linha orientadora, escolhemos o trabalho de Thomas Struth, em particular as suas “New Pictures from Paradise”. Deste modo, pretendemos revelar a reali- dade selvagem patente na nossa cidade, recorrendo a questões de contraste como a luz‐superfície, e a cor‐textura. A narrativa explana uma multiplicidade de camadas, e revela uma enorme densidade de detalhes. Os lugares documentados são “lugares inconscientes”, como diria o próprio Thomas Struth, que nos mostram uma riqueza de informações sobre a cidade. As imagens representam um espaço vazio que contrapõem com a confusão que rodeia o espaço do jardim. Revelam um momento de quietude, uma calma exuberante, que faz fronteira com a “selva urbana”.
CFM_2014/2015