Percursos Alternativos e Transversais na AMP
Os percursos como um ponto de partida para a compreensão e percepção da cidade e arquitectura
Os percursos são uma representação abstrata que deve ser entendida como um ponto de partida para a compreensão e percepção da cidade e arquitectura, apropriação estética desses espaços e uma forma de conhecimento do mundo1 .
Os percursos devem provir, na sua maior parte, de uma aproximação pedonal e devem também ser idealizados com o intuito de documentar e registar a arquitectura e os lugares da AMP de forma diferenciada e crítica, como um real em permanente mudança. De Pallasmaa a Careri, pretende-se ter uma leitura diferenciada do território da AMP através da experiência espacial, através do percurso, através do acto de percorrer.
Os percursos serão na sua maior parte representados através de fotografia, mas podem ser criadas narrativas visuais onde eestão presentes outras expressões artísticas como o desenho ou video. Devem estar estruturados e idealizados tendo em conta os seguintes princípios e componentes:
- Início de percurso / espaço de AMP (espaço exterior)
- Aproximação a certas obras, espaços e tomadas de vista (paisagens) (exploração da zona da AMP) (espaços exteriores)
- Entrada em certas obras (espaços interiores)
- Espaços Interiores (The architecture promenade)
- Saída
É importante também ter consciência de que a nossa percepção das obras de arquitectura e do espaço em geral está ligado ao sentido de percurso que envolve movimento e deslocação, algo que se afasta das características da imagem fixa – a fotografia –, aproximando-se muito mais do vídeo e cinema, arte capaz de representar um espaço num tempo e movimento mais próximo do real. É assim um dos objectivos explorar o potencial da fotografia para captar um momento ou instante fraccionado. Isto significa o “congelar o tempo” e dessa forma realizar uma análise muito mais demorada e completa da imagem e do espaço nela representado. Por outro lado, este instante fraccionado implica um ponto de vista fixo, ou seja, a localização, direção e sentido do olhar do fotógrafo aquando da criação da imagem fotográfica. Esse ponto de vista implica uma selecção que vai delimitar o que se mostra e o que fica invisível e, desta forma, podemos considerar que uma imagem constrói uma direção do olhar e uma série de imagens podem construir um percurso, mesmo que pré-determinado e mais abstracto do que um conjunto de imagens em movimento.
Por fim, interessa criar através do projecto fotográfico uma narrativa visual de um percurso que explora, por um lado, capaz de identificar espaços e arquitecturas (infraestruturas) mais invisíveis e que apresentam uma grande potencial de criar ou gerarem novas relações e dinâmicas no e com o território e pessoas. Por outro lado, as noções de instante e de movimento de uma forma integrada. Ou seja, representando o território, espaço e arquitectura com várias imagens fixas e também de planos fixos com movimento dando vida e interatividade aos espaços e obras retratados.