Fendas Intemporais | Lançamento da Scopionewspaper # 6 ”Exposição de Artur Leão e Jiôn Kiim”
9 de Dezembro | 17h00 | (QUINTA-feira) - Galeria 1º Andar - FBAUP
No dia 09 de dezembro 2021, pelas 17h00, inaugura a exposição ‘Fendas Intemporais’ de Artur Leão e Jiôn Kiim com curadoria de Miguel Leal, que surge no âmbito da colaboração entre o i2ADS(FBAUP e a Scopio CEAU/FAUP, a pretexto do lançamento da Scopionewspaper # 6 que dará abertura à exposição.
Neste número da Scopionewspaper # 6 de maio de 2021, apresenta-se o trabalho "Fendas Intemporais" de Jiôn Kiim e Artur Leão, o qual está integrado no conjunto de casos de estudo do projeto de investigação Visual Spaces of Change, financiado pela FCT e coordenado na FAUP através do grupo de investigação AAI do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU).
Os conteúdos da exposição estão online na plataforma VSC e a experiência expositiva está registada puramente para efeitos de investigação, sendo objeto de análise no contexto do projeto de investigação VSC em curso.
Este projecto é desenvolvido pelo grupo de investigação Arquitectura, Arte e Imagem (AAI) do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (CEAU) da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) e pelo laboratório Lab2PT (Escola de Arquitectura) e pelo Centro ALGORITMI (Escola Superior de Engenharia) da Universidade do Minho.
Consulte aqui Scopionewspaper # 6 de maio de 2021
As fotografias da Jiôn Kim e do Artur Leão aí publicadas mostram-nos pesadas ruínas feitas de cimento e ferro, memórias de uma arquitetura moderna que aspirava a uma funcionalidade e a uma eficácia construtivas, transformadas agora em silenciosos monumentos, em sólidas massas de betão, em objetos inúteis. Pilhadas, esventradas e limpas de tudo aquilo que possa ter um valor económico imediato, atravessadas por seções e túneis que nos conduzem aos seus segredos, invadidas pela vegetação que reclama o seu lugar, modeladas pela luz que teima em entrar pelas aberturas, são ruínas que resistem a essa voragem dos ciclos económicos, ao mesmo tempo que deles dão sinal. Opõem-se assim à ideia de ruína instantânea e ao horror ao vazio do utilitarismo a que parecem condenados todos os edifícios, oferecendo ao mesmo tempo um oásis de liberdade no meio da regulação dos espaços e da propriedade. São territórios temporariamente sem dono ou função, à espera de serem reapropriados, aberturas fora do tempo, noutro lugar, como sabem todos aqueles que se dão ao trabalho de caminhar, sem destino ou objetivo, pelas margens que a cidade lhes oferece no seu próprio interior.
Nesta exposição, escolheu-se não uma revisitação direta do projeto fotográfico publicado, mas antes a criação de uma nova situação adaptada ao espaço e ao contexto. Numa montagem simétrica, ao cimo das escadas, abrem-se duas portas para um mundo em ruínas, como que invertendo a relação entre interior e exterior, entre construção e ruína. No meio, em suspensão um cristal colorido e luminoso anuncia outros fantasmas que pairam nesses lugares fora do lugar.
A publicação estará à venda na Livraria do i2ADS.
Artur Leão
Concluiu o Mestrado em Artes Visuais. Práticas Artísticas e Investigação na Escola Superior Artística do Porto (ESAP). Integrou as exposições "Do Not Touch Fresh Paint"! (2018) no Espaço MIRA; e "Playlist #25" (2018), um projeto curatorial de Nuno Ramalho no Café Candelabro. O projeto "Fendas Intemporais" foi seleccionado para ser exibido na Estação de Metro dos Aliados no contexto da "Bienal de Fotografia do Porto, 2019" integrado no projecto de investigação "Visual Spaces of Change". É cofundador do projeto musical "Benthik Zone" e segue uma estratégia artística que implica viajar por territórios imaginários de um futuro distante e, noutras ocasiões, por instâncias e momentos do passado explorando vários materiais e meios. Atualmente, utiliza a fotografia, o desenho e a poesia como meio privilegiado de expressão para documentar e redescobrir o mundo, concentrando-se mais em temas como a metamorfose dentro do universo da mitologia clássica.
Jiôn Kiim
(Busan, Coreia) vive e trabalha no Porto. Possui um Diploma em Belas Artes do HfBK Dresden e um BFA em Desenho Industrial da Hongik Univ. em Seul. A sua prática é transdisciplinar e engloba vários meios de comunicação, sendo o desenho o instrumento nuclear, esta resulta da junção das suas experiências de vida contemporânea com fenómenos sociopolíticos. Em 2017-2018, colaborou com a scopio Editions e desenvolveu uma pesquisa fotográfica nos projetos "Terrain Vague; post-Fordist society" e "Fendas Intemporais". O seu trabalho tem surgido em locais e publicações como On The Surface: photography conference | MAAT(Lisboa), Ci.CLO Bienal 19, Anuário '20 | Galeria Municipal do Porto/ aSede, Galeria Dentro e Palacete Pinto Leite (Porto), Revista Dose #6, Centro de Memória (Vila do Conde), Salão Sophie Charlotte (Berlim), GnRation (Braga), ZAWP (Bilbao), Art Space O (Seul), Motorenhalle, Ex14 e Oktogon (Dresden), entre outros.
Miguel Leal
Vive e trabalha no Porto. Artista Plástico e professor na Faculdade de Belas Artes do Porto (FBAUP). Membro integrado do i2ADS, colabora há vários anos com os projetos da Scopio. Mais info: http://ml.virose.pt
Visual Spaces of Change
Visual Spaces of Change propõe uma estratégia de comunicação visual baseada no desenvolvimento de projetos de fotografia contemporânea que reflitam sobre as diferentes dinâmicas de mudança urbana para abrir novos horizontes de intervenção pública no espaço público. Estes projetos são concebidos como “narrativas visuais” destas dinâmicas, interferindo intencionalmente com o território metropolitano numa representação auto-reflexiva do seu próprio processo de mudança, reduzindo a distância entre os objetos de investigação (paisagens, lugares, espaços públicos e coletivos) e as suas representações.
Visual Spaces of Change - VSC