EVA VIEIRA E MIGUEL FUGUEIRAS: CITY LAYER

 
 

SCOPIO ABOVEGROUND: ARCHITECTURE


City layer sintetiza a ideia da cidade global que se constrói ao longo do tempo por sobreposição de tempos anteriores. Em constante mutação também ele - o tempo - recebe estratos de cidade. Cidades que respondem às diferentes necessidades do momento. O que permanece é memória. Essa permanência é contraposição à instantaneidade do concretizado. Hoje a sociedade esmaga e sobrepõe-se na resposta imediata. A troca de conteúdos entre cidades dos diversos tempos vai-se transformando conforme as necessidades de quem nelas vive. Um chão-base que vai sobrepondo layers de diferentes tempos. Contudo a cidade encontra-se acima das vivências, porque ela é permanência construída do mundo de hoje.
City layer sintetiza a ideia da cidade de hoje que sobrepõe layers de tempos anteriores.


Technical notes  _City layer_1, City layer_2, City layer_3

Fotografia digital sem tratamento Photoshop
Dimensões 10x13cm
Canon , f/20, 1/30s, ISO 800


Contact
danievavieira@hotmail.com

 

SAMUEL HENSE: PETISTS&GRAND

 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY


Each summer, a primitive need for shelter pushes young city dwellers, overfed with pre-chewed games, to invent castles of twigs and palaces of dead wood.
We guess an instinctive choice of the tree and the clearing. A low branch for the roof, they build with serious a refuge to their dreams.
Under the resinous shade, they lived a thousand adventures, in the heat of naps, with in the heart the feeling of being alone in the world : them, and the bugs... You have to go far enough to invent stories, but not enough to worry the adults.
In the smell of warm pine trees will remain the huts, abandoned chrysalis that sheltered the return to wild childhood and long nostalgic laughs.

Technical notes
Rolleiflex T + Kodak TMax 400


Contact
samuelhense@gmail.com
Vendée, France, 2010-2011 http://samuelhense.fr/petitsgrand

 

RICCARDO GEDA: LIVING IN A BOX

 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY

On the outskirts of the cities, in no man’s land, where there is neither city nor village, there is a territory that has become salvation for the less affluent citizens, because the cost of living is lower than in the urban centers, and also become an experimentation paradise for architects.

In this land, more frequently every day new families arrive in search of a new home and new possibilities; what seems like a paradise for them is merely in a form of a box, each of them even more impersonal, that can look like anything, but definitely not a home.
All pictures are taken in Madrid between December 2011 and February 2012, the series is part of a big project called “URBAN DÉCOR”, where the photographer reflects on land use and aesthetics and logistics implications.

Contact

rickygeda@hotmail.com

 

RITA CADAVEZ: (D)EVOLUÇÕES

 

SCOPIO ABOVEGROUND: CITY

Numa altura em que a economia e a moeda europeia podem estar comprometidas, este trabalho apresenta-se como um catalisador de reflexão e da manifestação. As fotografias integram-se num conjunto representado pelo jogo de palavras evolução e devolução, no sentido de haver uma sequência mas também de existir algo de errado com ela. O território da cidade é o pano de fundo (formal e conceptual); é ele o campo acção em que o homem opera sob o poder económico.
As fotografias que compõem a série nascem da vontade de representar as marcas das construções de diferentes épocas e da sua formação de território. Utilizou-se, a título representativo, a ilustração de vários momentos significativos da história da cidade portuguesa. 
Foi utilizado o antigo escudo - protagonista há muito esquecido - para retratar simbolicamente o poder monetário associado à necessidade de construir, de fazer cidade.
Os diversos cenários que servem de “suporte” para cada imagem foram escolhidos com a intenção de representar diversos momentos da história da cidade para cada fotografia. Os pontos de vista adoptados são como vistas aéreas sobre a cidade. Acentuou-se o foco no elemento-sujeito, conferindo ao enquadramento uma sensação de imagem mental, de recordação.
Será importante notar que cada imagem forma parte do conjunto geral do tema; quando observamos as fotografias lado a lado, cria-se um ritmo - quase uma história em braille - que traz significado ao quadro global. O seu conjunto resulta de num momento em que é necessário reflectir, repensar o território físico e económico que nos rodeia, pondo em prática uma atitude crítica e auto-reflexiva. Na última fotografia dá-se o culminar desta curta construção visual; é o final em aberto: tal como o escudo, o euro tomba - ilustra-se o desmoronamento hipotético do território contemporâneo. 

(D)evoluções é um trabalho que reflecte a actualidade, criando alegorias; utiliza-se um símbolo do passado, tornado obsoleto. Apela-se à reflexão.


Technical notes
TIPO DE FOTOGRAFIA: digital
MÁQUINA FOTOGRÁFICA UTILIZADA: reflex digital (Pentax K10D)


Contact
rt_cadavez@yahoo.com

 

POL VILADOMS: WHITE AND GREEN

 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY


The Romans were the first to extract marble from Carrara’s mountains. Later on, Michelangelo chose its white stone as raw material for many of his sculptures. Nowadays, Carrara still lives from the extraction of this precious material and is one of the most important worldwide marble suppliers.
The extraction of marble for years has radically transformed the original landscape. The way workers cut the blocks for transporting gives geometrical shapes to the mountains, providing them almost an architectural appearance. Day by day, the smooth walls dominate the territory and become a sign of identity of this place.
The boundaries between the natural and humanized landscape mix in this huge territory. However the continued action of its inhabitants starts dominating the whole scenario.
The territory as a global concept. A material, the marble, which defines a landscape, which sustains the local economy and gives identity to a place and its population.

Technical notes
Camera: Hasselblad 500CM
Film: Kodak Professional Ektar 100

Contact
info@polviladoms.com

 

SARA ALVES MOREIRA: CONTRA-ESPAÇOS

 
 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY

Não existe estação de comboio em Vila Viçosa. Também não existe em Estremoz. No entanto, todo o Alto Alentejo está desenhado por antigas linhas de caminhos-de-ferro. Noutro tempo o seu papel era da maior importância… hoje não. Encontram-se abandonadas, assim como muitas das pedreiras outrora activas e hoje manchadas pela ferrugem das gruas esquecidas. Restam as escombreiras, visíveis ao longe como se de montanhas se tratassem. E logo ali, as vilas e cidades, pequenas ilhas vigilantes em torno das crateras. São vazios urbanos estas crateras, resquícios de actividade industrial passada e esquecida nas ruínas de unidades produtivas desactivadas, manchas de “não-cidade”, espaços ausentes, alheios e sobreviventes a quaisquer sistemas estruturantes do território.

Solà-Morales denomina-os de terrain vague. “Lugares aparentemente olvidados donde parece predominar la memoria del passado sobre el presente. (…) Lugares obsoletos en los que sólo ciertos valores residuales parecen mantenerse a pesar de su completa desafección de la actividad de la ciudad.” (solà-morales: territorios, 2002)
No século XIX, cidades como Paris, Londres ou Nova Iorque consideravam a presença de grandes áreas de vegetação nos seus desenhos urbanos. Pensados como autênticas recriações da memória dos espaços naturais, demonstram que cidades da primeira revolução industrial tinham já pensada a necessidade de contra espaços, percebidos como redutos do construído.
Da mesma maneira que foram criados “antídotos” para a cidade industrial, a nossa cultura pós-industrial pede espaços de liberdade, de indefinição e improdutividade. Contudo, desta vez não é a relação mítica com a natureza o objectivo, mas a experiência dos lugares de memória, do fascínio romântico pelo passado ausente, como arma crítica para o presente.
Assim se encontra o Alto Alentejo. A extensíssima área territorial transformada e deformada pelas pedreiras não parece ser motivo de transtorno para os habitantes das vilas e cidades vizinhas. Ninguém ouviu falar de um possível plano de recuperação paisagística e, na verdade, ninguém parece pedi-lo. Sente-se o orgulho nas palavras daquela gente, assim como se sente a saudade de outros tempos em que tudo era diferente e contam-se histórias sobre o mármore. Tudo faz parte de percursos de vida, tudo são memórias, tudo é identidade. E a coexistência faz-se tranquilamente.

Em grande parte inspirado pelo trabalho de Edward Burtynsky na sua série Quarries e pela sua pesquisa em torno do conceito de Arquitectura Invertida, o registo aqui apresentado foi elaborado em 2009 como suporte gráfico para a Prova Final do curso de Arquitectura.
Embora tendo recorrido a alguma manipulação digital, o trabalho foi realizado com equipamento analógico e filme monocromático P&B, de 400 ASA.


Contacto
sara.o.moreira@gmail.com