The Things We Must Face by Matt Milligan

 
 
 

The Things We Must Face

by Matt Milligan

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When news of the shutdowns started to make the rounds, I was at the office—three floors of an eerie and quiet building occupied by me and, occasionally, the cleaning guy. It had been that way for a week or so. Everyone who had the means was leaving or preparing to leave the city, and my office was no exception. 

The flight of those who could afford to leave was the first division. And it was this apparent class separation that would, at least for me, expose the rest of what was to come as a series of interlopers—unwanted visitors that keep showing up at the doorstep of America. This reminded me of something James Baldwin said, "You think your pain and your heartbreak are unprecedented in the history of the world, but then you read."

Despite what we frequently see in the media, there is nothing unprecedented about 2020. We are experiencing problems that have been with us for generations, problems that stem from divisions. And those divisions are rooted in money, politics, religion, race, and other things one should not talk about in polite company. But these social taboos are the very things we must talk about—and face—as Mr. Baldwin also said, or they will keep splitting us in two over and over again.

A couple of weeks after the stay-at-home order had gone into effect, the half of us who remained in the city had to navigate a familiar but unknown landscape. My neighborhood had become as empty and quiet as my office had been. When I went on walks or the occasional errand, I photographed the changes I saw. I also turned my camera inside (because we were inside all the time!); it seemed an instinctive response to the confinement. I began to see repeated images and symbols, sometimes subtle and sometimes overt. I realized that if I was sensitive to them, they could bolster the symbols of the past that Baldwin talked about and help me navigate what I was encountering and feeling. As Thomas Merton, an American Trappist monk, said, "the true symbol does not merely point to something else. It contains in itself a structure which awakens our consciousness to a new awareness of the inner meaning of life and of reality itself." 

Making these photographs is a cathartic experience for me. It brings to the fore my human "constant preoccupation with pleasure and pain... our pursuit of this happiness," as fourteenth-century Japanese writer Yoshida Kenkō says. It also—thankfully—brings Merton's new awareness that, without his and Baldwin's help, I would not have found. This process and these writers have taught me that before I say anything about the problems I see out in the world, I must first look inside and face myself.




Bio

Matt Milligan is an American artist based in New York City working with digital and film photography. He uses photography and prose to explore personal experiences and how they are shaped by our surroundings, relationships, and the indirect symbols we encounter every day. He layers his visual imagery with interiors and exteriors—both physical and mental—that give nuance and subtle emotional complexity to his work.

Milligan's latest project, The Things We Must Face, is a personal reflection on life in New York City during the pandemic and how James Baldwin, Thomas Merton, and fourteenth-century Japanese writer Yoshida Kenkō influenced his experience and understanding.



 

As Coisas que Temos de Enfrentar por Matt Milligan

 
 
 

As Coisas que Temos de Enfrentar

POR Matt Milligan

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Quando as notícias sobre o confinamento surgiram pela primeira vez, eu estava no escritório – três andares de um então estranho e silencioso edifício ocupado por mim e, ocasionalmente, pelo senhor da limpeza. Já assim o era há uma semana e pouco. Todos os que tinham maneira de o fazer estavam a sair ou a preparar-se para sair da cidade, e o meu escritório não era exceção. 

A fuga dos que podiam ir embora foi a primeira divisão. E foi esta aparente separação de classes que revelaria, pelo menos para mim, o resto que estava para vir como uma série de intrusos – visitas não desejadas que constantemente aparecem à porta da América. Isto lembrou-me algo que James Baldwin disse, “Achamos sempre que nunca antes se viu uma dor como a nossa no mundo inteiro, até lermos.”

Apesar do que frequentemente vemos na comunicação social, 2020 não trouxe nada de novo. Estamos a passar por problemas que já estão connosco há gerações, problemas que originam de divisões. E essas divisões estão enraizadas em dinheiro, política, religião, etnias e outros assuntos dos quais não se deve falar em conversas educadas. Mas estes tabus sociais são exatamente as coisas das quais temos de falar – e enfrentar – tal como o Sr. Baldwin também disse, ou então elas vão continuar a separar-nos, vezes e vezes sem conta.

Umas semanas depois da regra de confinamento ter entrado em efeito, nós que ficámos na cidade tivemos de percorrer uma paisagem familiar mas desconhecida. O meu bairro tinha ficado tão vazio e silencioso quanto o meu escritório. Quando ia dar caminhadas ou fazer os meus recados ocasionais, fotografava as mudanças que via. Também comecei a usar a minha máquina fotográfica no interior (já que estávamos sempre em casa!); foi como uma reação instintiva ao confinamento. Comecei a ver imagens e símbolos que se repetiam, por vezes de forma subtil e por vezes de forma evidente. Percebi que, se me abrisse a estes, eles podiam reforçar os símbolos do passado de que Baldwin falara e ajudar-me a explorar o que estava a sentir e aquilo com que me deparava. Tal como Thomas Merton, um monge Trapista americano, disse, “um verdadeiro símbolo não aponta simplesmente para algo. Em vez disso, contém em si uma estrutura que desperta a nossa consciência para uma nova perceção do sentido mais íntimo da vida e da própria realidade.”

Construir estas fotografias é uma experiência catártica para mim. Põe em primeiro plano o meu ser e a “constante preocupação com o prazer e a dor... a nossa busca por esta felicidade”, nas palavras de Yoshida Kenkō, um escritor Japonês do século catorze. Também revela – felizmente – a nova consciência de Merton que, sem a sua ajuda e de Baldwin, não teria encontrado. Este processo e estes escritores ensinaram-me que, antes de me pronunciar sobre os problemas que vejo lá fora no mundo, devo primeiro olhar para dentro e enfrentar-me a mim mesmo.



Bio

Matt Milligan é um artista americano baseado na cidade de Nova Iorque e trabalha com fotografia digital e de filme. Usa fotografia e prosa para explorar experiências pessoais e a forma como estas são moldadas pelos nossos arredores, relações e sinais indiretos que encontramos no dia a dia. Emprega uma combinação de espaços interiores e exteriores – tanto físicos como mentais – nas suas imagens, que confere nuance e uma subtil complexidade emocional ao seu trabalho.

O mais recente projeto de Milligan, As Coisas Que Temos de Enfrentar, é uma reflexão pessoal sobre a vida em Nova Iorque durante a pandemia e como James Baldwin, Thomas Merton e Yoshida Kenkō, um escritor Japonês do século catorze, influenciaram a sua experiência e perceção.


 

Realidades InConcretas por Fadia Mufarrej

 
 
 

Realidades InConcretas

POR FADIA MUFARREJ

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Como vive-se a quarentena no Brasil?

O isolamento social no Brasil não é uma regra é um privilégio, faz quem pode e não quem quer, diz-se por aqui, que estamos em um auto isolamento por escolha. O governo brasileiro não fez da quarentena algo necessário ou essencial, ao contrário, o Presidente eleito faz apologias a quebra das medidas de saúde sugeridas pelas organizações mundiais especialistas no tema, ridiculariza o afastamento físico, e faz chacotas públicas como “é só uma gripezinha” e “e daí”para referir-se a pandemia que assola o mundo.O cenário político, social e sanitário no país é o mais cruel desde o período da ditadura militar na década de 70. Presenciamos dentro de nossas casas através dos noticiários transmitidos pela televisão e internet a queda do nosso sistema democrático, escândalos envol- vendo o chefe de estado e seus familiares, ministros pedindo exoneração de seus cargos, Juízes sendo desrespeitados por alcunhas de baixo calão proferidas por membros do governo, imprensa perseguida e vetada por tentar exercer seu papel, neste cenário de caos encontro-me em uma cidade de médio porte do Brasil, Belém na Amazônia, com milha- res de mortos pelo Covid-19, as autoridades locais envolvidas em escandalos de corrupção, o sistema de saúde e funerário estadual colapsado.De dentro da minha ilha de previlégio observo a tudo isso impotente, a angustia por não saber o que o futuro reserva é uma constante, a espera eterna, e a vida como conhecíamos antes virou uma utopia. A série fotográ ca a seguir retrata um pouco do dia-a-dia da casa de uma família de classe média no Brasil em 2020 durante os meses de auto isolamento devido a pandemia mundial do Covid-19.


Bio

Artista e produtora audiovisual paraense, graduada em comunicação pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) em São Paulo, Brasil, em 2015. Iniciei minha carreira a partir da documentação de foto e video.

Em 2013 tive o meu primeiro contacto com fotogra a pro ssional através de um estágio realizado no festival de fotogra a Paraty em Foco (RJ-BR) após esta experiencia, atuei como produtora em programas brasileiros de televisão. Os primeiros projetos autorais começaram após viver em Londres em 2016 onde estudei cinema documental na Met Film School, finalizei meu curso com um mini documentário sobre uma mãe libanesa chamado Learning to Fly, ao regressar ao Brasil fiz um curso na associação Fotoativa, com tutoria da artista visual Ana Lira, que mudou minha visão sobre produção artística e formas de produzir um objeto de arte. Finalizamos este curso com uma mostra coletiva de processos de criação na associação, onde trabalhei a memória afetiva a partir de uma série fotográfica e instalação com tijolos sobre o mais antigo armazém ainda em funcionamento de minha cidade natal, a Casa Salomão.

Em 2017, ingressei no mestrado em Arte Design para o espaço público na faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e durante o curso desenvolvi o projeto Em tradução, narrativas entre os dois lados do atlântico, que consiste em uma pesquisa fotográfica sobre o espaço público de cidades homônimas entre Brasil e Portugal. As similaridades e dissonâncias assimiladas neste projeto foram apresentadas através da construção de um fotolivro onde a experiência narrativa convida o observador a imergir no imaginário de seis cidades, Óbidos, Santarém e Salvaterra, tanto do Brasil como em Portugal, e perder-se entre elas sem saber em que país está, convidando a refletir sobre a experiência proporcionada pela observação do espaço público e também sobre o passado e o presente.

Além do fotolivro, participei de uma mostra coletiva dos finalistas do mestrado em Arte e Design para o espaço público (2017/2019) na galeria da faculdade de Belas Artes da U.Porto, onde apresentei o mesmo projeto através de fotografias, serigrafia em tecido e uma pequena instalação. Em 2020 participei de uma mostra individual para novos artistas promovida pelo Canto Coworking (Belém/PA-BR) com o mesmo projeto. Temas como memória, colonialismo, uxos urbanos e mapas geográficos os quais são frequentemente abordados em meus projetos.

 

InConcret Realities by Fadia Mufarrej

 
 
 

InConcret Realities

BY FADIA MUFARREJ

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How one lives during quarantine in Brazil?

The social isolation in Brazil is not a rule, it is a privilege. Unfortunately because not everyone has the same social conditions, self isolation is not taken as serious. The Brazilian government has not made quarantine an essential, actually the President elected create excuses about breaking health measures, suggested by the World Helth Organization, and mocks social isolation together with the pandemic e ects in the world. Excuses such as “it’s just a little flu” and “so what?” are used by the President when referring to the pandemic.e social-political and health scenario in the country is the most cruel since the period of the military dictatorship in the 70s. From home we have been experiencing the fall of our democratic system simply by keeping up with the news. Scandals such as ministers asking for resignation, judges being disrespected by members of the government, the head of state being involveld in nepotism, press being persecuted, and so on.In such a chaotic situation I find myself in a relatively medium- -sized city located in Amazon, Belém. The city has been negatively a ected in many ways, reported with thousands of deaths due to Covid-19, local authorities involved in corruption scandals and the health and funeral state systems collapsed. From the inside of my “privilege island” I observe all this helplessly, the agony of not knowing what the future holds is a constant, and the wait is timeless, life as we knew it, now became an utopia.e following photographic series portrays a little bit of a middle class family daily life in Brazil, who has the privilege to properly exercise self-isolation due to Covid-19 world pandemic.


Bio

Female artist and producer from Pará, who graduated in medias and communication at Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), São Paulo Brazil, in 2015. I started my career with photo and video documentation.

In 2013 I had my first contact with professional photography through an inter- nship at the International Photography Festival Paraty em Foco (RJ-BR) a er this experience, I’ve worked as a television producer in Brazil. My first authorial art project initiated when I was living in London in 2016 where I studied documentary lmmaking at the Met Film School, I nished my course with a short documentary about a Lebanese mother, the Learning to Fly, when I returned to Brazil I took a workshop at the Fotoativa association (PA-BR), with the visual artist as a tutor Ana Lira, who changed my perspective as an artist in many ways, the tools of producing an art object had expanded. We ended this course with a collective exhi- bition of the students creative processes in the association, my result was a project about a ective memory by a photographic series and an installation about the oldest warehouse still in operation in my hometown, Casa Salomão.

In 2017, I joined at a Master in Art and Design for the public space at Porto Fine Art faculty, during the course I developed the project In translation, narratives between the two sides of the Atlantic, which consists in a photographic research about public space by the analysis of homonymous cities between Brazil and Portugal. The similarities and dissonances assimilated in this project were presented through the construction of a photobook which the narrative invites the observer to immerse himself in the imaginary of these six cities, Óbidos, Santarém and Salvaterra, both in Brazil and Portugal, and to get lost among them without knowing in which country they are by the observation of the images, inviting to re ect on these experience by the observation of public space and also on the past and the present.

In addition to the photobook, I’ve participated in a collective exhibition of the finalists on the Master degree in Art and Design for the public space (2017/2019) on the Fine Arts faculty gallery of the U.Porto, where I presented the same project by photographs, screen printing on fabric and a small installation. In 2020 I participated of an individual exhibition for new artists promoted by Canto Co-working (Belém / PA-BR) with the same project. Themes such as memory, colonialism, urban flows and geographic maps are frequently addressed in my projects.

 

Zona de Respiração por Gionatan Tecle

 
 
 

Zona de Respiração

POR GIONATAN TECLE

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"Zona de Respiração" inicialmente, partiu de uma curiosidade: a maneira em que a minha namorada e eu ocupávamos nosso apartamento de um quarto. Este trabalho explora o conceito de distanciamento social em relação à situação actual. Fiquei comovido com a regra de 3 a 6 pés, que afirma que se eu ficar a uma distância de 3 a 6 pés de alguém, essa pessoa pode inspirar um pouco do que exalo. A regra fez-me pensar no espaço em que habitamos como uma bolha. Uma bolha usada como uma medida de cautela em ambientes públicos e como ela pode ser subconscientemente transportada para um espaço doméstico privado. A prática do distanciamento social como uma necessidade em espaços públicos e privados. A falta de troca entre pessoas forçada pela possibilidade de inalar parte do que exalo.


Bio

Nascido em Ostia Antica, Roma, Gionatan Tecle é um artista visual de origem eritreia que mora em Los Angeles. O seu trabalho explora os limites dentro dos quais uma imagem pode evocar emoções e, ao mesmo tempo, afirmar o seu sentido dentro do material em que ela é apresentada. Os seus métodos intelectuais de criar uma imagem procuram explorar o conteúdo e desenterrar uma expressão cinematográfica incorporada nas palavras escritas

Os seus últimos trabalhos, Fixed Water and World foram recentemente escolhidos para a selecção oficial do Palm Springs International Film Festival. Ele recebeu vários prémios por mérito artístico, incluindo a bolsa Myrl Schreibman, o Motion Picture Association American Award e a bolsa Steve Lawrence and Eddie Gorme.

Em 2012, ele completou o seu BFA em Arte Cinematográfica da University of Maryland Baltimore County. Ele também tem um mestrado em Cinematografia da UCLA School of Theater, Film & Television.

https://www.gionatantecle.com/
Instagram @gionatan.tecle

 

Breathing Zone by Gionatan Tecle

 
 
 

Breathing Zone

BY GIONATAN TECLE

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“Breathing Zone” Initially started from a curiosity into the way in which my partner and I occupied our one-bedroom apartment, this body of work explores the idea of social distancing amidst today's situation. I was moved by the 3 to 6 feet rule which states that if I stand within 3 to 6 feet of someone, you may inhale some of what I exhale. The rule made me think of the space we inhabit as a bubble that is used as a measure of caution in public settings and how this thought is and can be subconsciously carried in a private domestic space. The practice of distancing as a necessity in both private and public spaces. The lack of exchange between people forced by the possibility of inhaling some of what I exhale.


Bio

Born in Ostia Antica, Rome, Gionatan Tecle is an Italian Eritrean visual artist currently based in Los Angeles. His work explores the limits in which an image can evoke emotion while asserting it's sense seamlessly within the material being presented. His cerebral methods of creating an image involve exploring the content and unearthing a cinematic expression embedded within the written words.

His latest works, Fixed Water and World were recently chosen for Official Selection at Palm Springs International Film Festival. He has received several awards for artistic merit including the Myrl Schreibman Fellowship, Motion Picture Association American Award, and the Steve Lawrence and Eddie Gorme Scholarship.

In 2012, he completed his BFA from the University of Maryland Baltimore County undergraduate program in Cinematic Art. He also holds a Master in Fine Arts from UCLA’s School of Theater, Film & Television in Cinematography.

https://www.gionatantecle.com/
Instagram @gionatan.tecle

 

Isolation With Dementia by Amber Franks

 
 
 

Isolation With Dementia

BY AMBER FRANKS

I am an artist based in Sussex, UK - during Lockdown in the UK, I cared for my 89 year old Grandmother who has Vascular Dementia. For the first 40 days, I documented her daily life throughout being isolated in my home.

Bio

In her practice the artist Amber Franks investigates personal trauma and loss in relation to “casual” sexism and its causes and contexts.Her work poses challenging questions that push and question conventional boundaries between artist and viewer. Franks considers the spectators’ space and progression within her exhibits, devising a narrative that invokes the viewer to reflect upon the self. This consideration exemplifies how various experiences of trauma can be dissected into separate narratives, but inherently still coincide with one another.

https://www.amberfranks.co.uk
Instagram @amberrfranks

 

Field by Jemima Yong

 
 

Field

BY JEMIMA YONG


_FIELD_ is a series of photographs of a single public green during the Covid-19 lockdown and made from my bedroom window. I began making the photographs as a way of creating in isolation. I continued as I wanted to chronicle how the public space was being shared, the physical impact of new social measures and the variety of activities that now take place outside.

Bio
Jemima Yong (b. 1990) is a Malaysian photographer and performancemaker, born in Singapore and currently residing in London. Experimentation, collaboration and time are central to her practice. Her recent work includes _Marathon_ with JAMS (Oxford Samuel Beckett Theatre Trust Award 2018): a performance about fiction, memory and the hysteria of crowds, and _ROOM_: an improvised storytelling experience that takes place in the imagination of the audience. She is a member of Documentation Action Research Collective and an associate of Forest Fringe.
www.jemimayong.format.com

Pandemic Preparation Techniques: 1- Quarantine by Sergio Camplone

 
 

Pandemic Preparation Techniques:
1- Quarantine

BY SERGIO CAMPLONE

Now more than ever, we are experiencing such a strong time dilation.Quarantine is difficult, but facts, places and characters of this story have helped me to reflect.I produced the first chapter of the CoVid 19 trilogy following one of the most divisive debates in this pandemic: How the coronavirus travels through the air?Suddenly, daily mundanities seem to demand a military strategy, forcing us to overthink things they never used to think about at all.Can you go outside? What if you’re walking downwind of another person? Is it irrational to hold your breath?Everything seems to be contaminated. Personal Protection Equipment, have become unobtainable luxury objects and so, viral tutorials on the self-production of PPE are spread on the network without considering that they have precise methods of use and disposal.WHO has released some good instructional videos about using PPE and on correct individual behavior. Moreover, the same quarantine, in its simplest form, is the creation of a hygienic border between two or more things, in order to protect both. In this spatial containment strategy, the work follows and conceptualizes some WHO tutorials on the correct use of Personal Protective Equipment.

Bio

He was born in Pescara, he studied photography at R. Bauer in Milan. He teaches photography in various institutions working on the perception and visual representation of new social and urban landscapes.Professionally he deals with architectural photography while his research is focused on on the evolution of the contemporary landscape, on architecture and man.

The fate of the shadows by Raquel Lagoa

 

The fate of the shadows

BY RAQUEL LAGOA

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The visual narrative ‘The fate of the shadows‘ translates in photography the speech resulting from the overlapping of meanings – when the spiritual world intersects the physical world. The photographic sequence makes visible the path through the domestic space that is imperceptible in real life, and, at the same time, filters the contemporary gaze, increasingly superficial and acritical. From this dynamic, surfaces the pertinence of this project like a conversation (author/observer) that stimulates a critical and reflexive attitude towards what, currently, confines us in space - in our home.

The objects that physically inhabit the (real) interior space appear in the photographs printed in the projection of its respective shadows, its materiality is never revealed and these remain undefined accentuating the misticity if the very space where they remain. The monotony of the everyday, accentuated in the period of isolation, enables, consciously or uncounsciously, the reflection through these four walls that limits (our presence in) the space. This being said, the intention to decode and immobilize in images, the signs of passage of time in the intimate space surfaces, unveiling, in silence, an exterior increasingly closer and distant at the same time

Each photograph is a perspective of the interior that reveals an invasion of light in the intimate space, illuminating the surfaces and obscuring the objects, denouncing a clear overlapping of the immaterial world over the material world. The objects get lost in its insignificance and the images reflect a third dimension that foregoes these to exist.

Equally projected – the city – that, antagonically, paints the colors of neutral surfaces of the house and adds a complex pattern without hiding what is overlaps, like a translucid diluted wallpaper between the black stamp of shadows. The photographic narrative comprises a game of collages that highlight the inevitable confrontation between the house and the city, the interior and the exterior, the individual and the collective, the shadow and the light – the fiction and the real. Deep down, if the pandemic forced the isolaton, the isolation reinforced the importance of (knowledge of) inhabiting, with the body and with the gaze, the visible and the invisible.

“... A building is like a soap bubble. is bubble is perfect and harmonious if the breath has been evenly distributed from the inside. e exterior is the result of an interior.”
Le Corbusier, 1927 apud Colin Rowe e Fred Koetter, Collage city (Cambridge, Mass: MIT Press, 1978).

Bio

Raquel Lagoa (Figueira da Foz, 1996), student at Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (2014 - 2020) with an academic path divided between art, science, literature and photography, architecture emerges as a synthesis of those worlds. The disquiet is the state of mind in permanent confrontation with the unpredictability of the current world.

 

O destino das sombras por Raquel Lagoa

 

O destino das sombras

POR RAQUEL LAGOA

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A narrativa visual ‘O destino das sombras’ traduz na fotografia um discurso resultante da sobreposição de significados - quando o mundo espiritual intersecta o mundo físico. A sequência fotográfica torna visível um percurso pelo espaço doméstico que é imperceptível na vida real, e, ao mesmo tempo, tem o papel de filtrar o olhar contemporâneo, cada vez mais superficial e acrítico. Desta dinâmica, surge a pertinência deste projeto como uma conversa (autor/observador) que estimula uma atitude crítica e reflexiva perante o que, atualmente, nos confina no espaço - a casa.

Os objetos que habitam fisicamente o espaço interior (real) surgem nas fotografias decalcados na projeção das respetivas sombras, a sua materialidade nunca é revelada e estes permanecem indefinidos acentuando a misticidade do próprio espaço onde permanecem. A monotonia do quotidiano, acentuada neste período de isolamento, propicia, consciente ou inconscientemente, a reflexão através dessas quatro paredes que (nos) limitam o espaço. Posto isto, surge a intenção em descodificar e imobilizar nas imagens, os sinais da passagem do tempo no espaço íntimo, que vai desvendando, em silêncio, um exterior cada vez mais próximo e distante ao mesmo tempo.

Cada fotografia é uma perspetiva do interior que revela uma invasão da luz no espaço íntimo, ilumina as superfícies e obscurece os objetos, denunciando uma clara sobreposição do mundo imaterial sobre o mundo material. Os objetos perdem-se na sua insignificância e as imagens reflectem uma terceira dimensão que prescinde destes para existir.

Igualmente projetada - a cidade - que, antagonicamente, pinta a cores as superfícies neutras da casa e acrescenta-lhes um padrão complexo sem esconder o que sobrepõe, como um papel de parede translúcido diluído entre o negro carimbo das sombras. A narrativa fotográfica compreende um jogo de colagens que destacam o confronto inevitável entre a casa e a cidade, o interior e o exterior, o individual e o colectivo, a sombra e a luz - a ficção e o real. No fundo, se a pandemia forçou o isolamento, este último reforçou a importância do (saber) habitar, com o corpo e com o olhar, o visível e o invisível.

“... A building is like a soap bubble. is bubble is perfect and harmonious if the breath has been evenly distributed from the inside. e exterior is the result of an interior.”
Le Corbusier, 1927 apud Colin Rowe e Fred Koetter, Collage city (Cambridge, Mass: MIT Press, 1978).

Bio

Raquel Lagoa (Figueira da Foz, 1996), estudante na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (2014 - 2020) com um percurso escolar dividido entre a arte, ciência, literatura e fotografia, a arquitetura surge como a síntese desses mundos. A inquietação é o estado de espírito em permanente confronto com a imprevisibilidade do mundo atual.

 

Raios de Esperança por Diego Duenhas

 
 

Raios de Esperança

POR DIEGO DUENHAS

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Após quase 20 dias em quarentena, acompanhando as tristes notícias que ainda não cessaram, comecei a refletir sobre alguns projetos/sonhos de viajar para fotografar que venho sempre adiando. A pergunta mental que martelava: "Será que sobreviverei para fazer essas viagens?", " Será que o mundo do futuro estará aberto para me receber?", "Qual será a extensão e durabilidade dos danos?". Com essa linha de pensamento em mente comecei a pesquisar vídeos de alguns lugares do mundo e senti vontade de fotografá-los ao meu modo. Optei em fazer recortes artísticos utilizando a técnica de longa exposição à partir do olhar mecânico de câmeras estáticas fixadas em veículos em movimento. O resultado está nessa pequena série que intitulei de "Raios de Esperança" fazendo um trocadilho entre os efeitos visuais obtidos e o sentimento que deve reinar na humanidade na triste época em que estamos vivendo.

Bio

Atuo como designer e fotógrafo desde 1999. Trabalho com criação e desenvolvimento para web, projetos de interface focado na experiência do usuário, propaganda em mídias digitais, redes sociais e peças impressas. Alio aos meus projetos de design a minha trajetória em fotografia e audiovisual. Graduei-me no curso superior de Tecnologia em Sistemas para Internet pelo IFSP / S. J. Boa Vista em 2017 e trabalho atualmente como freelancer.


instagram / @dduenhas

 

Rays of Hope by Diego Duenhas

 
 

Rays of Hope

BY DIEGO DUENHAS

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After nearly twenty days in quarantine, following the sad news that still haven’t ceased, I began reflecting about some projects/dreams of traveling to photograph that I’ve been continuously postponing. The question that persisted: “Will I survive to make those trips?“, “Will the future world be open to receive me?“, “How extensive and deep are the damages?“. Following this line of thought I began searching videos of some places in the world and I felt the need to photograph them in my own way. I opted to make artistic cuts using the long exposure technique from the standpoint of the mechanical eye of static photographic cameras fixed in moving vehicles. The result is this small series that I’ve titled “Rays of Hope“ in a wordplay between the visual effects obtained and the emotion that all mankind should share in this sad times we are living.

Bio

A designer and photographer since 1999, Diego Duenhas works in web development, UI focused projects, digital media advertising, social media and printed editorial work. He fuses in his design practice his skills in photography and audiovisual media. He graduated in Internet Systems Technology from the IFSP/S.J. in 2017 and he’s currently working as a freelancer.

instagram / @dduenhas