Mesa Redonda “Relações e Cumplicidades entre Álvaro Siza e os Fotógrafos da sua Obra" - “Álvaro Siza: in/disciplina”

 
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Mesa Redonda “Relações e Cumplicidades entre Álvaro Siza e os Fotógrafos da sua Obra" -
“Álvaro Siza: in/disciplina”

com Luís Ferreira Alves, Sofia Augusto, André Cepeda,
Mark Durden, João Morgado e José M. Rodrigues.


Lançamento do Livro "Um Outro Olhar Sobre Obras de Álvaro Siza Vieira" -
23 de Outubro | 18:30 | Biblioteca do Museu de Arte Contemporânea de Serralves


A mesa redonda 'Relações e Cumplicidades entre Álvaro Siza e os Fotógrafos da sua Obra" que terá lugar no dia 23 de Outubro, às 18h30 está integrado no programa público paralelo à exposição “Álvaro Siza: in/disciplina”, presente na Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, com curadoria de Nuno Grande e Carles Muro.

A moderação da mesa será assegurada por Pedro Leão Neto (FAUP - autor do livro "Um Outro Olhar sobre Obras de Álvaro Siza Vieira") que mediará uma conversa em torno do tema Relações e Cumplicidades entre Álvaro Siza e os Fotógrafos da sua Obra.

A sessão contará no fim com um Porto de Honra e apresentação do livro "Um Outro Olhar sobre Obras de Álvaro Siza Vieira" por Nuno Grande com o apoio da livraria Serralves.

CCRE/FAUP/scopio e Serviço Educativo do Museu de Arte Contemporânea de Serralves 

 

Sobre o tema de sessão:

A mesa conta com a presença de diversos fotógrafos pertencentes a várias gerações que fotografaram e acompanharam a obra de Álvaro Siza em diferentes períodos ao longo do tempo, nomeadamente os autores Luís Ferreira Alves, Sofia Augusto, André Cepeda, Mark Durden, João Morgado e José M. Rodrigues.

O objetivo é o de encorajar um debate exploratório e crítico entre os diversos autores que tendo fotografado a obra de Álvaro Siza em diferentes períodos de tempo, fizeram-nos por vezes com propósitos diferentes: uns mais relacionados com a investigação sobre o universo da fotografia na arquitectura, outros mais interessados na comunicação e compreensão da obra de Álvaro Siza para públicos diversos.

Pretende-se, num primeiro momento, obter um depoimento breve por parte de cada um dos fotógrafos sobre a sua experiência fotográfica da obra de Siza, tendo como base uma imagem por eles escolhida. Num segundo momento, é promovido um debate crítico sobre o mundo da fotografia e da arquitectura, procurando explorar a singularidade e significado das relações que são estabelecidas entre o fotógrafo e o arquitecto, os seus processos artísticos, as suas memórias coletivas, histórias e outros aspetos relacionados com o trabalho e percursos de vida de ambos.

 

Sobre o livro "Um Outro Olhar sobre Obras de Álvaro Siza Vieira"
Publicado pela scopio Editions, esta obra é o resultado do trabalho de Pós-Doutoramento de Pedro Leão Neto, Professor Auxiliar na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP).

O livro dá início à primeira publicação do projecto de investigação Mapeamento de Fotografia de Arquitectura Documental e Artística – Um olhar Contemporâneo sobre Arquitectura Portuguesa (MFDA-ARP) que teve origem em 2015, no Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (CEAU), unidade de I&D integrada na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, sob a coordenação científica do grupo de investigação CCRE.

"Um Outro Olhar sobre Obras de Álvaro Siza Vieira" corresponde assim ao primeiro caso de estudo desta coleção e apresenta 4 projectos fotográficos de 4 obras de Álvaro Siza, sendo eles os trabalhos: de Sofia Augusto sobre o edifício da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto; de Hélder Sousa sobre a Casa de Chá da Boa Nova; de Sérgio Rolando sobre a Piscina da Quinta da Conceição e de Marta Ferreira sobre a Piscina das Marés.

As publicações da colecção têm como objetivo comunicar de forma diferenciadora um conjunto de obras de arquitectura consideradas de referência, afastando-se da imagética e leitura tradicionais, presentes nas revistas e mesmo nos guias de arquitectura convencionais. Através de narrativas visuais em que se utilizam simultaneamente os registos documental e artístico e se exploram as suas possibilidades no universo da fotografia de arquitectura, oferece-se uma outra leitura dos espaços arquitectónicos que denota não só uma reflexão sobre uma determinada prática arquitetónica, como também uma interpretação pessoal do espaço. Este trabalho irá ainda permitir percepcionar a influência que os grandes mestres da Fotografia e da Arquitectura Portuguesa tiveram na nova geração de arquitectos.

 

Momento. Perceção - Representação por Sofia F. Augusto

 
 

FAUP

Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto

POR SOFIA F. AUGUSTO

Momento. Percepção-Representação

A Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto foi a obra arquitectónica eleita para a exploração conceptual e de teor antropológico deste trabalho, num intuito de retratar os espaços da escola na rotina diária, assim como diversas dinâmicas de apropriação.

Autores relacionados com Fotografia Contemporânea como Paul Graham, Jeff Wall, Thomas Struth ou ainda David Claerbout são referências artísticas basilares para este trabalho e que, pelo facto de não pertencerem ao campo disciplinar da Arquitectura, oferecem novas perspectivas críticas e poéticas sobre este universo. Todos eles têm em comum o facto de tomarem a Arquitectura como objecto artístico e se interessarem pela forma como as pessoas se apropriam dos espaços construídos – tanto a nível privado como público. Para além disso, revelam também um interesse significativo pelos valores culturais e económicos que caracterizam o mundo contemporâneo traduzidos nas formas, materiais e diferentes formas de apropriação da Arquitectura e dos seus espaços.

Como estratégia de trabalho, o registo fotográfico que se apresenta foi realizado tendo em mente a “ideia corbusiana de promenade architecturale”, proporcionando uma leitura contínua dos espaços, com momentos sucessivos, próximo do que poderia ser uma experiência real de percurso. Todavia, é nos momentos de apropriação, (que pressupõem acção e a presença humana), que o registo de imagens se singulariza e nos traz uma nova percepção - o tempo, o espaço e o significado transformam-se. Desta forma, idealizou-se uma estratégia artística que fizesse uso de várias câmaras fotográficas sincronizadas, que registassem o mesmo momento a partir de diferentes pontos-de-vista. É assim introduzida uma nova dimensão no trabalho, passando a ter mais um tema de exploração – o momento –, a partir de percepções diferentes do mesmo espaço e do mesmo instante, explorando assim o lado caleidoscópico da perspectiva.

Contudo, e concluindo, este trabalho pretende explorar a capacidade da fotografia como um instrumento de procura, análise e exploração do espaço, isto é, como um instrumento artístico capaz de criar uma narrativa crítica e poética, permitindo uma nova leitura do real e da forma como o espaço pode ser percepcionado, compreendido e representado.

Sofia F. Augusto